27.1.09

O crime das batatas

Por esses dias estive pensando no mundo todo, não na parte hipócrita, mas naquela em que ninguém pensa ou não é de toda interessante. Pensava enquanto enfiava os palitos de dente na batata e fazia um "boizinho". Ela era grande, lembrava-me mais um elefante, foi aí que parei e pensei em algo de que não lembro, mas sei que pensei!
Criei adubo de feijões e esterco de arroz, digamos assim que seria, praticamente, um jantar se tirássemos os palitos e aquele pedaço de terra que joguei pra deixar mais real.
Não sei o que pensava ou se pensava ao certo, eu só ficava olhando pela janela. Tantas coisas podiam estar acontecendo através dela, podia ter pessoas morrendo, pessoas brigando e eu estava ali, parado, sem ao menos mexer o dedão do pé!
Às vezes me sinto tolo, incapaz de poder mudar minha cama do lugar, mas enfim, naquela hora eu não pensava muito mesmo.
Eu já tinha um pasto cheio de boizinhos, ou melhor, eu era praticamente um produtor de bovinos, foi quando que, por distração, flatulei. Olhei para os lados, envergonhado, e me senti extremamente culpado. Afinal, gás metano! Toda aquela revolta do mundo, todos preocupados com algo que se chamava ou se chama, não sei ao certo, efeito estufa e eu, por mera distração, quase ponho tudo a perder.
Deixei cair na hora o bezerro que produzia e olhei fixamente para meu gado. Todos aqueles boizinhos olhavam para mim, me senti um Judas em Jerusalém. Imagina se todas aquelas inofensivas batatas virassem bois e resolvem flatular juntas? O que seria do mundo? Pois bem, desde então nunca mais comprei batatas!