22.9.09

Enquanto houver sol, ainda havera...

Eu nunca tinha presenciado como uma noticia corria, porém hoje, pela janela do ônibus, pude notar.
Eram 10 horas da manhã, um dia calmo , nublado mas sem aparência de um dia “ruim”, a rua estava paralisada, os automóveis passavam lentamente e a população cada vez mais se aglomerava próximo a um veiculo preto, não sei dizer qual mas parecia luxuoso. Dentro do veiculo havia um homem estático, camisa escancarada e sangue.
Não sei ao certo o que houve, disseram sem que eu perguntasse ter sido assalto, dois tiros, não sei, não me ative a detalhes. Olhei fixamente a imagem e depois entrei ao banco para efetuar o pagamento, o motivo de eu estar ali naquele exato momento.
Às vezes quando lemos jornais e temos noticias sobre violência, mortes, assaltos ficamos horrorizados mas nunca tive a sensação de ficar estatizada, de poder ficar parada olhando pro teto o dia todo revendo a mesma cena e tentando compreender. Tentei recriar o fato na tentativa de impedir que tivesse acontecido mas isso não era mais possível, as vezes ler a noticia pode ser ruim mas fazer parte dela não existe palavra para descrever.
Me disseram que por conta de uma espera de um político em uma fila de atendimento por uma hora fez com que houvesse uma fiscalização mais rigorosa, precisou alguém de força maior passar por um problema em que todos nós réis mortais passam para que tomassem atitudes. Agora me pergunto quem deverá morrer para que comecem a criar práticas de segurança pública adequada ou então, que tragédia deverá haver para que esses atos não ocorram mais.
Não sinto medo, sairei na rua normalmente como todos os dias, não quero ligar a todos os meus amigos e parentes alertando-os do perigo, muito menos quero fazer alarde da noticia, eu simplesmente não consigo retirar a cena de frente aos meus olhos.
Eu nunca tinha presenciado como uma noticia corria, porém hoje, pela janela do ônibus ,pude notar.

A parte mais cômica de tudo: http://www.cosmo.com.br/noticia/37952/2009-09-22/policia-inicia-operacao-pelas-ruas-de-campinas.html