11.7.12

título 1

 quando as coisas já saíram do lugar e não é possível mais ter ao certo aquele lugar, aquele especifico, onde você guardou e tem certeza que se lembraria. é só uma questão de juntar as peças e notar que nenhuma se encaixa. é uma espécie de movimento browniano mas sem conseguir se distanciar para ver o todo.

os dias tem passado como pequenas partes em que não é possível contar a grande conquista, a risada larga, o trabalho entregue, o passeio ao longo da via, ou então contar qualquer coisa que não seja um número que mudou de classificação no IBGE.

e nesse momento o caminho mais claro é concordar e seguir, aguardando o tal dia que tudo volta, as pessoas voltam, as relações se conectam e a tal vida feliz e (im)perfeita volta. Como tudo deveria ser.

o grande ponto, é que a vida normal é também a imperfeita, onde as relações não são justas, onde nem todos tem um amor, a fome existe e dói, a falta de água se confunde com o esgoto, a fome com o lixo, a justiça com a opressão e tantas outras feridas que se tenta cicatrizar de fora para dentro com um band-aid.

o nome de uma nova rua onde não há esperança, uma nova política não endereçada, um novo começo no meio do caminho, um caminho que não se sabe se tem ponto de chegada.

para lembrar, que no fim, o que importa mesmo é o que sai de você e vai para o mundo com amor. Quanto amor você deposita na vida? Quanto da sua vida é em primeira pessoa? Qual é a pessoa que você quer bem? Querer bem há uma pessoa só? Sobre o que estamos falando de normal?

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